Pai de líder de igreja do DF preso por abuso sexual contra adolescentes disse à família de vítimas que crime foi 'brincadeira'
23/12/2025
(Foto: Reprodução) Igreja Batista Filadélfia do Guará
Google/Reprodução
O pai de Gabriel de Sá Campos, preso por abuso sexual contra adolescentes no Distrito Federal, disse que o crime do filho de 30 anos foi uma "brincadeira" e "ato involuntário", segundo a Polícia Civil. A fala aconteceu após uma das primeiras denúncias feitas contra Gabriel, em dezembro de 2024.
A mãe do suspeito ainda confrontou as vítimas menores de idade, sem a presença de responsáveis legais, acusando-os de "falso testemunho", também de acordo com informações repassadas pelos investigadores.
Em novembro deste ano, quando a Polícia Civil iniciou as investigações contra o suspeito, um diácono da igreja também caracterizou os crimes como "mal-entendidos" e pedido um "pacto de sigilo".
"Problemas da igreja se resolvem na igreja, não na polícia", disse o diácono, segundo depoimentos ouvidos pela polícia.
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Gabriel de Sá Campos era líder na Igreja Batista Filadélfia do Guará, onde seus pais são pastores e presidentes.
Desde novembro deste ano, a Polícia Civil identificou quatro vítimas. Os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2024, envolvendo adolescentes que tinham entre 10 e 17 anos. Outras oitos possíveis vítimas ainda serão ouvidas pelos investigadores.
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Prisão
Gabriel de Sá Campos foi preso na sexta-feira (19) de forma temporária, pelo prazo de 30 dias. Além disso, a polícia cumpriu mandados de:
busca e apreensão na casa do suspeito;
quebra de sigilos telemático e telefônico dos últimos cinco anos;
medidas protetivas, incluindo o afastamento imediato de funções de liderança religiosa e a proibição de aproximação das vítimas.
A corporação disse que já apreendeu dispositivos eletrônicos do homem, que serão submetidos à perícia.
Suspeito se aproximou de vítimas
Segundo as investigações, Gabriel de Sá Campos se aproximada das vítimas através da sua posição de liderança religiosa e sua atuação como ministrante de cursos sobre sexualidade.
"A partir dessas atividades, obtinha informações íntimas e explorava vulnerabilidades emocionais, especialmente de jovens em situação de fragilidade familiar, para cometer os abusos de forma recorrente e premeditada", disse a Polícia Civil.
O homem convidava as vítimas para encontros individuais e cometia os crimes.
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