No ES, estradas próximas dos campos de café estão mais perigosas nos meses de colheita
08/07/2025
(Foto: Reprodução) Esse período do ano é mais comum ter neblina, quando o ar fica mais úmido e denso. Essa é uma condição que dificulta a dissipação de fumaça gerada em muitas fazendas de café do estado. Secagem do café em fornos muda paisagem e aumenta riscos nas estradas no ES
Estradas próximas dos campos de café no estado do Espírito Santo estão mais perigosas nos meses de colheita.
Paisagem encoberta. Alguns dias estão começando assim em municípios da zona rural do Espírito Santo. Para quem vai pegar a estrada, fica perigoso.
“Você não consegue enxergar nem a 10 metros de distância do carro”, diz um motorista.
Esse período do ano é mais comum ter neblina, quando o ar fica mais úmido e denso. E essa é uma condição que dificulta a dissipação de uma fumaça gerada em muitas fazendas de café do estado. Depois de Minas Gerais, o Espírito Santo é o estado que mais produz café no Brasil. Pela expectativa do governo estadual, em 2025 deve bater um recorde e colher, pelo menos, 16 milhões de sacas.
No ES, estradas próximas dos campos de café estão mais perigosas nos meses de colheita
Jornal Nacional/ Reprodução
Mas se tem mais café, também tem mais fumaça. Porque até o café chegar quentinho na xícara, ele passa por algumas etapas de produção. Em uma delas, muitos agricultores usam o fogo. Depois de colher o café, tem que secar os grãos. Pode ser no terreiro, exposto ao tempo. Mas também há máquinas: os secadores. Eles são abastecidos com lenha ou com a palha do café. Dessa queima vem a fumaça. Tem tanto secador na área rural do estado que eles só podem funcionar se tiverem uma licença - e tem regras.
"À noite não é permitida a queima de palha e tem outras restrições. O secador que está próximo ás residências também não pode estar usando palha. Também, muito próximo às rodovias estaduais e federais, também não podem estar usando a queima da palha de café para secar o café”, afirma Silvano Dondoni, secretário de Meio Ambiente de Marilândia.
O mais recomendado é queimar a lenha. Ela gera menos fumaça. Mas não é qualquer lenha: ela não pode vir de desmatamento.
"A lenha é o material mais utilizado e mais recomendado. Entretanto, a gente tem que verificar duas situações. A primeira é que a lenha tem que estar seca e coberta por um galpão ou uma lona. E, segundo, a lenha tem que ser registrada. Você tira esse certificado no Idaf todo ano”, diz a engenheira agrônoma Dulcinéia Souza.
No ES, estradas próximas dos campos de café estão mais perigosas nos meses de colheita
Jornal Nacional/ Reprodução
A punição para quem não obedece pode ser advertência, multa e até interdição da máquina. O produtor rural Welington Feroni usa o secador dentro das normas:
"A fumaça gerada pela palha, junto com o orvalho, gera risco à população e acidentes na pista. Nós seguimos a legislação, nós seguimos utilizando somente lenha seca para secar o nosso café”.
A colheita do café ainda vai durar alguns meses. E mesmo com a fiscalização das prefeituras nas fazendas, perto das plantações é bom o motorista ter mais cuidado.
"Neblina e fumaça, e amanheceu um dia frio e sem vento. Então, a neblina acumulou. Está bem perigoso de andar”, diz o produtor rural Jacir Celestrini.
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